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Março Borgonha - Mês de Conscientização do Mieloma Múltiplo: Transplante de Medula Óssea no Mieloma Múltiplo

Março Borgonha - Mês de Conscientização do Mieloma Múltiplo: Transplante de Medula Óssea no Mieloma Múltiplo
Março Borgonha - Mês de Conscientização do Mieloma Múltiplo: Transplante de Medula Óssea no Mieloma Múltiplo

O Transplante de Medula Óssea (TMO), apesar do desenvolvimento de novas drogas, continua sendo o padrão ouro no tratamento do Mieloma Múltiplo (MM) para pacientes que são considerados elegíveis.

Novas drogas, como os agentes imunomoduladores, inibidores de proteossomos, anticorpos monoclonais anti CD38, os Bi específicos e, até mesmo, o CART Cell tem enriquecido o armamento para tratamento de Mieloma Múltiplo, porém, até o momento não foram suficientes para substituir o Transplante de Medula Óssea (ATMO) em primeira linha para uma grande parte dos pacientes. A junção destas novas drogas tem sido um grande suporte para atingir respostas mais profundas antes de realizar o transplante de medula óssea autólogo e assim proporcionar melhores resultados.

 

Quando indicamos o transplante de medula óssea (ATMO)?

Não existe uma regra para indicação do transplante ou nem mesmo um consenso sobre quais pacientes podem ou não realizar o ATMO. Há necessidade de extrema e criteriosa avaliação pelo Hematologista especialista em transplante de medula óssea. Pela legislação nacional, os pacientes com idade inferior a 75 anos podem ser elegíveis ao transplante, porém sabemos que a idade cronológica não é o principal fator nessa decisão. O estado clínico do paciente (ou seja, sua capacidade de tolerar o tratamento) é hoje o grande fator limitador para a decisão de realizar ou não o Transplante Autólogo de Medula Óssea.

 

O que é o Transplante de Medula Óssea Autologo (ATMO)?

O que chamamos de Transplante Autólogo de Medula Óssea é referente à administração de altas doses de quimioterapia seguida do resgate com as células-tronco do próprio paciente. Quando realizamos uma quimioterapia em altas doses, esta quimioterapia não seleciona as células doentes e acaba por destruir as células sadias da medula óssea, sendo necessário a infusão das células tronco coletadas previamente com o objetivo de repovoar a medula óssea.

Antes de ser realizado o ATMO propriamente dito, é realizada uma estimulação na medula óssea, para uma maior produção e circulação na corrente sanguínea de células-tronco. Essas células são coletadas por técnica de aférese e reservadas para infusão posterior. Muitas vezes precisamos congelar estas células. Em seguida, o paciente recebe a quimioterapia em altas doses e as células previamente coletas serão infundidas no receptor. As células tronco infundidas irão “repovoar” a medula óssea destruída pela quimioterapia.

O quimioterápico utilizado como tratamento padrão é o Melfalano endovenoso em altas doses, geralmente 200mg/m². E em algumas situações há associação de outras drogas como o Bussulfano.

Estudos tem mostrado que a realização de um tratamento quimioterápico de indução, seguido do ATMO, consolidação e manutenção, resultaram em maior tempo de sobrevida livre de progressão (maior tempo sem a doença retornar em atividade) e maior sobrevida global dos pacientes, sendo hoje a estratégia mais utilizada para os pacientes elegíveis.

Por se tratar de uma doença incurável na maioria dos pacientes, o principal objetivo do tratamento no MM é atingir uma resposta boa e duradoura, com a melhor qualidade de vida.

Alguns pacientes com MM de alto risco, se beneficiam de um tratamento mais intensivo, ATMO tandem, que consiste na realização de 2 transplantes de medula óssea autólogos seguidos. Com o objetivo de aprofundar ainda mais a resposta e prolongar o tempo sem a doença progredir.

Em conclusão, o Transplante autólogo de medula óssea é um dos tratamentos mais eficazes para o Mieloma Múltiplo, com resposta e eficácia comprovada. Ao longo dos anos, a terapia foi aperfeiçoada, gerando menores riscos aos pacientes e é considerada o padrão ouro do tratamento para o mieloma múltiplo no paciente elegível.

Nós, hematologistas, acreditamos que ainda chegará um momento em que atingiremos a cura desta doença. Mas, no momento, prolongar o período de remissão e melhorar a qualidade de vida dos pacientes tem sido o principal objetivo.

Siegel RL, Miller KD, Wagle NS, Jemal A. Cancer statistics, 2023. CA Cancer J Clin 2023; 73:17.

Binod Dhakal MS et al. Autologous Transplantation for Newly Diagnosed Multiple Myeloma in the Era of Novel Agent Induction A Systematic Review and Meta-analysis JAMA Oncology March 2018 Volume 4, Number 3

Al Hamed et al. Current status of autologous stem cell transplantation for multiple myeloma. Blood Cancer Journal (2019) 9:44

 

Texto elaborado pelo Dr. Roberto Luiz da Silva é médico coordenador da equipe de Hematologia e TMO da BIO SANA’S e da equipe de hematologia e transplante de medula óssea do IBCC (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer) e Hospital São Camilo Pompéia.

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