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Cuidados intensivos no transplante de medula óssea por Dr. Pedro Amoedo Fernandes *

Cuidados intensivos no transplante de medula óssea por Dr. Pedro Amoedo Fernandes *
Cuidados intensivos no transplante de medula óssea por Dr. Pedro Amoedo Fernandes *

O Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas (TCTH) ou Transplante de Medula Óssea (TMO) é uma modalidade terapêutica que pode ser usada para alcançar a cura ou o controle de diversas doenças hematológicas (anemia aplástica, mieloma múltiplo, leucemias e linfomas). Por se tratar de uma terapia de alta intensidade e complexidade, que utiliza fortes doses de quimioterapia e/ou radioterapia e intensa imunossupressão, alguns pacientes submetidos ao transplante podem desenvolver complicações. Quando essas complicações passam a trazer riscos ao paciente este deve ser encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para que com o tratamento adequado tenha maior chance de recuperação. As complicações mais frequentes que podem levar o paciente a precisar de UTI são as complicações pulmonares e as infecciosas. (1, 2)

A UTI é um setor do hospital que alia tecnologia avançada e profissionais especializados para a monitorização contínua do paciente e intervenções imediatas que se façam necessárias enquanto o paciente recupera o estado de saúde. O paciente na UTI fica sob monitorização contínua de todos os sistemas do organismo (cardíaco, respiratório, renal, hepático, neurológico e digestivo) além de ser acompanhado diariamente por uma equipe multidisciplinar de ponta que consta do médico hematologista, do médico intensivista, fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionistas e nutrólogos.

Na grande maioria dos hospitais do Brasil e do mundo, a UTI fica em um setor diferente da unidade de Transplante de Medula Óssea (TMO) ou Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas (TCTH), e quando o paciente passa a ter indicação de receber cuidados intensivos de saúde ele é transferido para a UTI. A nossa equipe sentiu a necessidade de trazer a UTI dentro da unidade do TCTH, com o objetivo de aprimorar ainda mais o acompanhamento do paciente. A UTI dentro da unidade do TCTH faz com que o paciente seja acolhido de uma forma melhor, visto que ele não se distancia da equipe de saúde que o acompanha em todo o processo de doença, além de promover uma maior proximidade, integração e aprimoramento da equipe da hematologia e da equipe da terapia intensiva no cuidado de um paciente tão especial como é o paciente hematológico, além de minimizar os riscos de infecção, pois o paciente será mantido em uma unidade com filtro de ar e pressão positiva (filtro HEPA) e totalmente preparado para manutenção destes pacientes que são altamente imunossuprimidos; pontos fundamentais para a recuperação do mesmo. (3, 4)

A Humanização refletida pelo acolhimento de pacientes e familiares também tem sido um diferencial neste setor que vem mudando os paradigmas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) convencionais.

Aliando tecnologia, profissionais especializados e humanização, a unidade de terapia intensiva dentro da unidade de transplante de medula óssea promove o acolhimento ideal do paciente e dos seus familiares no processo de recuperação do estado de saúde. 

* Médico Hematologista pela USP (Universidade de São Paulo), membro da equipe de Hematologia e transplante de medula óssea da BIO SANA’S, coordenador da equipe de plantonistas da unidade de hematologia e transplante de células tronco hematopoiéticas do IBCC e é responsável pela UTI da unidade de transplante de medula óssea do IBCC (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer).

 

Referências bibliográficas:

1- Bayraktar UD, Nates JL. Intensive care outcomes in adult hematopoietic stem cell transplantation patients. World J Clin Oncol 2016 February 10; 7(1):98-105.

2- Jenkins P, Johnston LJ, Pickham D. Intensive care utilization for Hematopoietic cell transplantation recipients. Biol Blood Marrow Transplant 2015;21(11): 2023–2027.

3- Azoulay E, Pène F, Darmon M, Lengline E, Benoit D, Soares M, et al. Managing critically ill hematology patients: Time to think differently. Blood Rev. 2015 Nov;29(6):359-67.

4- Azoulay E. A New Standard of Care for Critically ill Patients With Cancer. Chest. 2014;146(2):241-4.

5- Diretrizes da Sociedade Brasileira de transplante de medula óssea - 2012

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